Capítulo 05: Rastejante e Mortal
A dupla cessa seus passos ao se depararem com mais um cenário divergente ao restante do caminho, e dessa vez, diferente dos seus antecessores, o inimigo está em pé no centro do local.
Como um soldado montando guarda, ele está obstruindo o caminho. Com seu olhar sério e atento complementando com sua intimidadora e firme postura de braços cruzados.
Sua estatura é de aproximadamente 1,87 metros, pele bronzeada escura, cabelos castanhos, curtos e olhos esverdeados.
Geist, com sua guarda protegida, avança um passo, ameaçando atacar.
- Pelo jeito você também não nos deixará passar, estou certa? - Geist indaga.
- Hunf. Pelo contrário. Diferente daqueles idiotas eu obedeço as ordens à risca. - O inimigo responde.
- Você (apontando para Geist) pode passar - Afirma o inimigo.
Os Cavaleiros Atenienses se olham rapidamente demonstrando surpresa e desconfiança, porém decidem partir.
Logo quando começam a caminhar são novamente interrompidos pelo Cavaleiro Negro à sua frente
- Esperem. Eu disse que apenas Geist pode passar. - Diz o Cavaleiro Negro, imóvel.
- O que isso significa? O que está tramando? - Serpente Marinha questiona.
- São ordens do meu mestre. Permitir a passagem de Geist e matar qualquer outro intruso. - Explica o inimigo.
- Sinto muito mas as ordens do mestre devem ser cumpridas de imediato e portanto este lugar será seu túmulo. - Diz apontando para Serpente Marinha.
- Ora seu... - Serpente Marinha retruca.
- Vê se não me envergonha - Diz Geist, já se preparando para partir.
- Pode deixar comigo, mestra. Estou precisando me exercitar mesmo. - Serpente Marinha esnoba.
- Ok. - Geist parte.
A amazona de Serpente Menor continua seu caminho passando ao lado do Cavaleiro Negro, cujo o qual não esboça sequer um movimento.
Restam apenas os dois cavaleiros no local. Ambos imóveis se encarando. Alguns instantes passam e Serpente Marinha passa a analisar melhor o lugar.
Ele finalmente percebe um número enorme de colunas no local. Colunas bem altas, degradas com o tempo. Muitas delas gastas, danificadas ou quebradas.
- Então, já terminou? Podemos começar a nossa luta? - Pergunta o inimigo.
- Claro! - Responde Serpente Marinha, com um leve sorriso.
- Eu sou Coió, o Cavaleiro Negro de Peixe Voador. - O inimigo se apresenta, mudando sua postura para ofensiva.
Sem nem se importar com as palavras do inimigo, Serpente Marinha sai correndo e ataca com socos e chutes, porém todos inúteis, eles foram tranqüilamentes bloqueados e evitados.
- Maldito. Se pensa que vai ser assim tão fácil está muito enganado. - Serpente Marinha retruca já meio irritado.
Novamente o Cavaleiro de Bronze parte ao encontro do inimigo e distribui outra chuva de golpes, porém, novamente todos evitados.
- Droga... - Serpente Marinha serra os dentes.
- Já cansou? - Ironiza, Coió.
Serpente Marinha cerra os punhos e começa a lançar raios de cosmo, novamente os ataques são evitados. Coió abre as asas de sua armadura começa a flutuar de um lado para o outro, escondendo atrás das colunas.
- Maldito, só fica fugindo, covarde - Serpente Marinha tenta provocar o adversário.
- Hunf, pelo jeito você não percebeu nada não é? - Coió ironiza, mais uma vez.
- Ok, dessa vez ficarei parado, venha me acertar! - Coió desafia.
- Como é? Não vai desviar? Bem se é isso que quer então tome! - Serpente Marinha retruca, confiante.
O Cavaleiro de Bronze corre em direção ao adversário, que permanece imóvel. Quando chega perto de golpear, Ascano cai.
- Hungh, mas o que é isso? Meu corpo está pesado não consigo me mexer... - Ascano sussurra, sem entender o que acontece.
- Viu só, eu nem precisei me mexer. - Diz, Coió
- O motivo de você não ter me acertado nenhum golpe é que eu tornei seu corpo mais pesado e com isso eles ficaram mais lentos, mas você nem percebeu isso, e ainda se chama de cavaleiro... - Coió ironiza.
- Pronto, está liberado. - Diz Coió em tom de zombaria.
O Cavaleiro de Bronze se levanta com rapidez já pronto para acertar um soco e novamente desaba antes de acertar o adversário.
- Argh! - Murmura Serpente Marinha.
- Isso já perdeu a graça, vou cortar sua cabeça logo. - Diz Coió.
O Cavaleiro Negro se aproxima e fica na posição de que irá decapitar, quando desfere o golpe, milagrosamente Serpente Marinha se esquiva.
- Ah, então você não me decepcionou! - Exclama, Coió.
- Essa é uma de minhas técnicas, a METAMORFOSE. Eu posso me transformar em animal marinho e anular seu poder. - Explica, Ascano.
- É o que veremos. - Retruca, Coió.
Ascano utiliza sua técnica e novamente se transforma em uma gigante serpente marinha. Seu adversário percebendo a manobra de ataque tenta inutilizá-lo com sua habilidade de controle da gravidade.
Por um micro instante o Cavaleiro Negro não é atingido. Ele ficou tão confiante de que sua técnica não iria falhar que quando notou a aproximação do Cavaleiro de Bronze tudo o que pôde fazer foi inclinar sua cabeça um pouco para o lado fazendo o mesmo passar por ele.
- Admito que me surpreendeu, mas enquanto eu estiver aqui jamais poderá me alcançar. - Diz Coió.
Novamente o Cavaleiro Negro passa a flutuar entre as colunas, anulando a gravidade ao seu redor.
- Hehehe. - Ascano ri.
- METAMORFOSE! - Grita, Serpente Marinha.
O Cavaleiro, agora transformado em uma serpente, se arrasta pelas colunas, rapidamente subindo-as, e surpreende Coió lhe acertando um soco no rosto.
- Então, o que achou? - Dessa vez é Serpente Marinha que ironiza.
- Seu maldito! - Coió, irritado.
- Prepare-se para receber a minha mais poderosa técnica, GRAVIDADE! - Grita Coió.
O Cavaleiro Negro estende seus dois braços à frente, abre a palma das mãos, e delas saem raios ondulados preenchendo o espaço em direção ao inimigo.
Ascano mesmo em sua forma de serpente, que outrora foi capaz de anular os ataques anteriores, se vê pesado sem conseguir sair do chão.
- Esta é aminha verdadeira técnica. Aquilo de antes foi apenas uma fração do meu grande poder. - Coió fala, confiante da vitória.
- GRAVIDADE! - Grita novamente, o Cavaleiro Negro.
A posição do golpe se repete, mas dessa vez o que muda são as funções de cada mão. Com uma delas ele aumenta a gravidade em parte do corpo do seu adversário, e com a outra ele a diminui em outros pontos, fazendo com que Ascano sofra grandes ferimentos e cuspa sangue.
- Eu poderia explodir sua cabeça agora mesmo, sabia? Hahhahaha - Coió, ri.
O Cavaleiro Negro se aproxima lentamente. Ascano percebendo que pode ser seu fim caso a distancia fique curta demais se esforça muito para esticar seu braço à frente de sua cabeça. Olhando fixamente para Peixe Voador caminhando tranqüilamente em sua direção, dispara um raio de cosmo.
Foi um movimento totalmente imprevisível e por isso acaba acertando o rosto de Coió, que recua com o ataque, sem esconder sua surpresa.
- Mas como....? Isso deveria ser impossível... Bem, não importa, daqui jamais poderá me acertar. - Coió, bem surpreso.
Peixe Voador novamente flutua até o alto da coluna. E ainda um pouco desnorteado com o ataque anterior acaba não percebendo que Ascano já havia se libertado da influencia de sua técnica e subia em perseguição a uma velocidade considerável.
Coió, por reflexo, lança novamente seu ataque fazendo com que o Cavaleiro de Bronze cesse sua subida e caia violentamente no chão.
O Cavaleiro Negro fica tagarelando sobre sua superioridade enquanto olha para seu inimigo caído ao chão, mas novamente comete um erro em não perceber que o corpo estendido está apenas com a metade inferior transformada em serpente.
- O que é esse olhar? Já enlouqueceu ante minha superioridade? Tome isso. - Diz Coió, lançando socos de gravidade em Serpente Marinha.
Ascano havia se erguido mas não se mexia mais, apenas atacava com o olhar. Em contra partida Coió estava bombardeando o Cavaleiro de Bronze com diversos socos gravitacionais.
O cavaleiro ateniense cambaleava e cuspia sangue diante a chuva de socos mas em nenhum momento desviava o olhar do inimigo até que subitamente o ataque é cessado, dando lugar a um sorriso do ferido cavaleiro.
Peixe Voador se encontra rosnando e enrolado a cauda de Serpente Marinha.
- Como...? - Diz Coío, com dificuldade e sem entender.
- Foi o que imaginei, enquanto você estava preocupado em se vangloriar nem percebeu que minha cauda foi se esticando até acertá-lo pelas costas. - Explica, Ascano.
- Sua técnica é boa, mas tem um ponto fraco, ela só acerta quem está a sua frente, debaixo da terra eu posso me mover livremente. - Ascano continua.
O Cavaleiro Negro fica ainda mais irritado e começa a emanar um cosmo poderosíssimo.
- GRAVIDADE! - Grita Coió, mesmo estando preso.
Raios ondulados emanam de todo seu corpo e se espalham por todo local. Toda a região começa a desmoronar, as colunas desabam se entrelaçando e estraçalhando, o próprio chão começa a ruir.
Com tamanha onda Ascano não consegue manter-se firme e acaba libertando o oponente, sendo soterrado logo em seguida.
- Seu lixo. Teve o fim que merecia. - Diz Coió, suado e ofegante.
- Hehehe. Pelo contrário, é você que encontrará o fim - Diz Ascano.
Serpente Marinha sai rastejando dos destroços enquanto fala e quando se ergue, recompondo-se, rapidamente ataca.
- CONSTRITOR! - Serpente Marinha, ataca
Ascano estica seu braço direito e com a palma da mão aberta e os dedos um pouco dobrados lança raios de cosmo de cada um deles, como se fossem fios ondulados. Esses raios não atacam diretamente mas sim envolvem o oponente e logo em seguida se ajustando e apertando, esmagando.
O inimigo já ofegante, e mais uma vez surpreso, é pego pelo ataque, sem dificuldades.
- Ahhhhhhhhhhh - Grita, Coió.
- Mas... como... - Coió sussurra e sucumbe.
O ataque cessa e o corpo do Cavaleiro Negro cai violentamente no chão fazendo com que o redor fique todo coberto de sangue.
Serpente Marinha verifica o corpo e parte seguindo sua mestra.
Imagem ilustrativa Armadura Negra de Peixe Voador
FIM DO CAPÍTULO