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terça-feira, 30 de julho de 2024

Filme - Tomb Raider: A Origem

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CONTÉM SPOILERS

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Mais um filme de jogo.

O filme não é ruim, mas também não é bom. É válido por ser de jogo e tentar levar o tema "game" para os cinemas e inspirar outros, mas também pode ser um tiro no pé.

Essa atriz achei bem melhor que a primeira duologia. Combina mais. E o filme tem bastante coisa do jogo. Cenários, ângulos, missões, etc. 

Só que o filme é meio morno. Apesar de seguir o jogo não tem nada tão empolgante, nada tão dramático. Personagens secundários simples.

É estilo Indiana Jones ou Allan Quatermain, por isso se gosta dessa temática vale a pena assistir, uma vez pelo menos. Não vai morrer por isso.

O roteiro até tenta te prender, as vezes consegue e te confunde, porque ele oscila entre o real e o misticismo. O problema é a repetição de "cena parada" ou resolução simples.

Não pareceu um filme dinâmico, pareceu mais uma cópia com personagens presos a roteiros e diálogos básicos.

Duologia - Filme - Tomb Raider


- Tomb Raider 1 (2001)

- Tomb Raider 2 (A Origem da Vida (2003))

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CONTÉM SPOILERS

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Filme de jogo.

Bom começo dizendo que não gosto dessa atriz para esse papel. Essa personagem aqui ficou sem expressão. É o mesmo rosto, mesma expressão, do começo ao fim. Nesse papel aqui acho a personagem arrogante. Como se fosse uma super heroína fodona.

Aqui ela já é "Tomb Raider". Por ser o primeiro filme, faltou uma origem. Simplesmente jogaram a personagem lá e pronto. Quem jogou conhece, ok. Quem não jogou que lute.

O roteiro é aquilo, mistérios, relíquias, etc. E é um bom tema. O problema é que é tudo tratado de forma rasa. Diálogos ruins. Não te prende, não cria tensão nem suspense.

Nenhum dos personagens é bem desenvolvido ou explorado. Eles mal tem plano de fundo. Nem mesmo a Lara é explorada.


A continuação para mim tem os mesmos problemas.


Enfim, valeu a tentativa de fazer filme de jogo, mas é muito ruim.

segunda-feira, 29 de julho de 2024

Filme - Mortal Kombat Legends Cage Bom de Briga

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CONTÉM SPOILERS

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É o quarto dessa franquia e a "origem" a ser contada é do Jhonny Cage.

Aqui já foi um pouco mais pé no chão. Claro, porque isso também varia de personagem para personagem.

No nosso mundo, estilo anos 80/90, com motivação mais real e pé no chão. Jhonny não tem poderes, tem ambição, vontade, sonhos. Assim como fama, dinheiro, etc. Mas sente que lhe falta algo.

É o filme que menos aparece personagens canônicos, fazendo com que Jhonny sustente o filme todo.

Temos ação no decorrer do filme, mas nada tão constante e exagerado como os anteriores.

Filme - Mortal Kombat Legends: Cegueira Glacial

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CONTÉM SPOILERS

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É o terceiro dessa franquia e a "origem" a ser contada é do Kenshi.

Mantendo a mesma linha que os anteriores não faltam lutas e violência. E o personagem principal tem um bom desenvolvimento dele.

Os demais personagens também são explorados. Na medida do possível, mas deixando entendível em qual contexto estão.

Eu vi melhoria nesse filme comparado aos outros dois, justamente por essa parte. Conseguiu unir roteiro, personagens, ação.

Filme - Mortal Kombat Legends: Batalha dos Reinos

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CONTÉM SPOILERS

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É o segundo dessa franquia e a "origem" a ser contada é do Liu Kang.

Aqui continua seguindo a linha dessa franquia Legends, com muita violência, sangue, morte, fatalities, ossos quebrando, e tudo mais que faz jus a franquia.

E eu mantenho o que falei antes. Prefiro que essas animações sejam assim, com esse foco. E menos histórias. Porque história podemos ver em outra mídia / obra da franquia. E em filmes e séries é impossível fazer algo tão violento assim, tão MK assim. Por isso precisamos aproveitar o recurso da animação.

Claro que o filme aqui não é ótimo. Ele tem muita mistureba. É muito assunto ao mesmo tempo jogado ali nele. Tem tanto assunto que o ideal seria dividi-lo em duas partes, aí sim ia ficar bom.

Ressalto que se você procura bom roteiro e personagens trabalhados essa franquia não é pra você. Essa franquia é tudo bem simples, onde o foco é luta.

Filme - Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion

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CONTÉM SPOILERS

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É o primeiro dessa franquia e a "origem" a ser contada é do Scorpion.

Aqui é Mortal Kombat. pancadaria, violência, sangue, mortes fortes, etc. Do começo ao fim.

É o que faz jus à franquia.

Esse filme, como diz o título, tem o foco no Scorpion. É o único personagem mais trabalhado.

Os demais personagens da franquia, e até mesmo o torneio, são coadjuvantes.

E é exatamente essa a proposta. A história aqui é focada no Scorpion buscando vingança e isso leva ele a lutas sangrentas, até chegar ao torneio.

E eu prefiro assim, sem perca de tempo contando origem dos personagens ou do torneio. Já temos filmes, séries, desenhos, jogos, HQs, revistas, tudo isso que conta sobre MK. Não precisava ser mais do mesmo e recontar tudo e blá blá blá. Nós tivemos uma nova proposta.

domingo, 28 de julho de 2024

Documentário - A Noite que Mudou o Pop

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CONTÉM SPOILERS

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Esse evento realmente mudou muita coisa. Até hoje a fundação arrecada doações.

Só que esse documentário foi uma perca de tempo. Não acontece nada de nada.

É só a equipe conversando com os artistas, agendando para dar certo com todos. Depois na sala de gravação, ensaiando, errando, cantando, comendo e só.

Filme - Turma da Monica Jovem - Reflexos do Medo

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CONTÉM SPOILERS

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É realmente assisti o filme longe de ver críticas e julgamentos, para não ter opinião formada e mesmo assim o elenco pesou. A falta do elenco original já deixou a obra morna.

O roteiro é interessante. Tem uma pegada de terror. Levando em consideração, é claro, que é Turma da Mônica e é para toda família.

Só que para por aí. Os personagens são sem sal. Suas individualidades não são exploradas. Na realidade se não tivesse algo falando que é Turma da Mônica talvez nem saberia que tal personagem é tal personagem. Nem iria ligar os pontos.

Faltou até elementos visuais.

Enfim, vale a pena assistir uma vez só. Ou até assistir com família. mas não é uma produção boa.

segunda-feira, 8 de julho de 2024

Filme - Nascido Para Correr

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CONTÉM SPOILERS

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Pra quem gosta de filme de carro e de racha até pode gostar.

O filme não é inteiro sobre isso, é a trama principal, é claro. Mas a partir dela vem sub-tramas de cada personagem que ao longo do filme vão se desenvolvendo, amadurecendo e se resolvendo.

E é claro que tem todos aqueles clichês que já vimos em outros lugares, porém não deixa o roteiro menos ruim. Você já sabe como vai ser, como vai se resolver, mas ainda sim assiste.

Pai e filho que não se dão bem. O principal ter um rival babaca. A garota do rival começar a se interessar pelo principal.

Não é um filme ruim, é uma sessão da tarde. Achei que faltou mais tempo para racha e mostrar carros.

Filme - O Cavaleiro Solitário

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CONTÉM SPOILERS

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Não sei bem o que falar desse filme. Na verdade estou dividido. Não é uma maravilha, mas não é ruim.

Nunca vi filmes ou séries desse personagem, mas já li um ou outro gibi dele. Mesmo assim acho pouca bagagem para analisar a fundo.

É um filme de origem e um personagem doa anos 30. Portanto está cheio de clichês. E praticamente tudo o que tem ali já vimos em outro lugar. E é normal, por se tratar de uma obra tão antiga.

Ele tem boas cenas de ação. Tem tom cômico. Tem o capitão que é corrupto. O vilão que sempre da um jeito. O rico traidor. O velho-oeste. O índio. Conflitos. Etc.

Só que acaba ficando na mesmice. O filme vai se arrastando. Toda cena é com cenário semelhante. Montanhas, paisagens bonitas, são filmadas o filme todo mas mal usadas. o mesmo estilo da relação entre eles e também de ter piada pra quebrar o tom da cena.

A únicas mortes ali dramática mesmo foram dos rangers no começo. Depois tudo ficou banal.

Mas valeu o tempo, por gostar de gibi, não me arrependo de ter visto o filme. E por eu não ser conhecedor do personagem sinto que faltou mais no filme. Pareceu até uma sessão da tarde.

Filme - Mamonas Assassinas - O Filme

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CONTÉM SPOILERS

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Mais um filme desperdiçado...

É legal para ser assistido uma única vez, ou nem isso....

Filme bem simples e perdido. Parece um recorte de cenas, de imagens. Não tem um desenvolvimento. Nem da trama, nem das sub-tramas.

As coisas acontecem de minuto pra minuto, sem muita dificuldade. Personagens aparecem e somem, sem mais nem menos.

Não exploram nada dos integrantes. personalidades, convivência, nada.

O filme só serve para quem já conhece a banda ou já é fã. Porque esse público sabe preencher as lacunas. Mas e quem não conhece? Duvido que vão passar a conhecer ou curtir essa banda, com um filme tão picotado e raso como esse..

Perderam a chance de apresentar a banda para toda uma geração.

Aquele discurso que o Dinho fez, que era para ser o clímax do filme, o ápice, a mensagem, ele não tem peso nenhum. O filme não mostra os problemas que tiveram na vida e trajetória. Não tem nada de superação, de força, nada de nada.

O filme tem muita nostalgia, isso não nego. As músicas e coreografias. Parece até que só pensaram nisso. Porem ao pensar só nisso se esqueceram que um filme precisa de roteiro. Se fosse pra ser só isso era só terem feito um show cover e já era.

domingo, 7 de julho de 2024

Chespirito - Análise

INTRODUÇÃO

Vale ressaltar que até o momento que estou escrevendo isto ainda falta assistir vários episódios do programa Chespirito, desenho do Chapolin, Chaves animado, séries pararelas. E também terminar de ler livros (os que foram publicados no Brasil).

Portanto conforme eu for concluindo o material pendente, posso ir atualizando.

E é claro essa é uma visão minha, análise minha, portanto não é uma verdade universal e nem igual para todos.


ANÁLISE - OBRAS EM GERAL

Chespirito era roteirista e contador de histórias. Então seus episódios eram isso, uma história com começo, meio e fim.

Mas não de qualquer jeito.

O roteiro flui. Ele não utiliza aqueles efeitos de transição (quando acontece uma cena aí aparece um efeito na tela e já muda para outro ambiente). Bom, uma vez ou outra tem, mas é irrelevante.

Usar efeitos de transição faz parecer que o capítulo é dividido por capítulos. Sem os efeitos torna tudo mais dinâmico e coeso.

A história ali gira, cada personagem encerra seu quadro, e a válvula para isso é sempre alguém sair ou entrar em cena, seja de uma casa, da rua, ou do outro pátio.

Também, além dos personagens, a história segue e muitas vezes vemos algo que acontece no início voltando no meio ou fim do episódio, conectando. Um exemplo disso é o episódio do Chapolin, do bandido Luva Negra.

Nele há uma fala "ele está armado e parapetado", daí acontece várias coisas no episódio, (inclusive Chapolin "tomar" tiros), que nos faz esquecer e aí vem a frase do Chapolin como último pedido querendo saber o significado de parapetado.

O quadro dos "Los Chifladitos" (Pancada Bonaparte). Dois malucos conversando, coisas bem viajadas, e adivinha? Fazia sentido. Todo aquele contexto sem noção tinha segmento com começo meio e fim.

E o programa não é um programa infantil, apesar de no Brasil, na época, qualquer coisa semelhante era classificado assim. O programa era feito para a família. Haviam piadas simples, bobas, de duplo sentido, história, gestos (muitos deles circenses), etc.

Os roteiros possuem humor leve, não fazem inimigos. Engloba a todos. Vale lembrar que você só ri de uma piada quando a entende ou seja, você viveu aquilo, ou faz parte daquele grupo, ou parte daquele tempo. Ou seja, se você não faz parte de algo você não entende a piada, ou, se entender, ela não faz o mesmo efeito em você, justamente por não fazer parte daquele grupo da piada.

E as piadas de Chespirito são assim, atemporais e universais. De modo que qualquer pessoa de diversas classe, cultura, tempo ou lugar, as compreenda.

Claro, isso de acordo com aquela época. Hoje sim temos uma grande distância devido a tanta tecnologia e mudança de hábitos. Mas pelo menos até o início dos anos 2000 quem nunca se identificou com alguma cena, piada ou personagem de Chespirito?!

Ele também trabalha temas sérios como a fome, o abandono e a pobreza. Mas nada disso de forma panfletária. Retrata os personagens e os temas de forma cômica.

Por ser feito para família, seus programas nunca foram com intenção de educar (ainda que tenhamos alguns ensinamentos), sempre foi de nos fazer rir, com seu humor leve, de fácil entendimento e simples.

Por isso, que quando algo é feito de forma natural, sem pretensão de tal, gravamos melhor. Por exemplo diversos desenhos ou programas COM INTENÇÃO de educar as crianças ou de nos ensinar algo se torna chato, monótono, cansativo e logo o esquecemos. MAS nunca vamos esquecer um ensinamento do tipo "a vingança nunca é plena mata a alma e a envenena", porque foi sem intenção de nos ensinar e de nos educar. Foi natural.

Outro ponto: "O estilo Chespirito é muito pesado. Muito bullyng, violência e maus exemplos"

Eu não discordo disso. No roteiro de Chespirito nós temos uns zoando os defeitos dos outros (magro, gordo, alto, baixo, velho, bochecha, etc). Temos também atores fumando. Temos muita pancada, violência corre solta. E também muitas armas. Tem até um episódio que Seu Madruga mata um gato com uma espada, enquanto o gato gritava (pra mim esse foi o mais pesado). Temos até episódio que tem sangue.

Hoje isso não seria permitido, mas devemos levar em consideração a época que foi feita. Nela isso era comum, tanto que se passar hoje em dia, ninguém questiona.

Naquela época tínhamos esses elementos em diversas outras obras. Tínhamos em Chaplin, nos Três Patetas, Ultraman, Marvel, DC, entre outros.

Lembro até hoje atores da patrulha do Ultraman, fumando. Ou o Sr. Fantástico, Wolverine, Nick Fury, Coisa, e muitos outros, fumando também.

Então isso na época era comum, até porque o Roberto se preocupava muito com o público e sempre pensava em não ofender ninguém.


PROPAGANDAS

Até as propagandas são bem feitas. Tanto dos produtos de Chespirito quanto de outros. Vou citar alguns exemplos, que lembro.

Existe aquela famosa propaganda que passa nos intervalos e essa nem ligamos, mas quando são inseridas de forma sutil, subliminar e dentro do contexto da história, nós adoramos, passamos a querer e nem percebemos.

Mas nós temos diversos episódios, muitos deles clássicos, que tem propagandas. Há alguns episódios de Chaves que ele está lendo revista do Chapolin.

O episódio do "extra 14 pessoas enganadas", o do Chaves falando em inglês na fonte, do Seu Madruga sentado em frente a sua casa.

E nos episódios de Chapolin ele falava das revista do Chaves, era o inverso.


Pode reparar que juntando os episódios citados acima (e talvez até outros) nós temos:

- Chaves, mesmo sendo bem pobre, tem a revista.

- Chaves mesmo sem saber ler direito entende a revista

- Seu madruga, um adulto, tem a revista

- Kiko, com boas condições financeiras, tem a revista.

- Chaves trabalhando de jornaleiro e explicando nos mínimos detalhes o tipo de jornaleiro que é e o que vende.


Conclusão: As revista Chaves e Chapolin são acessíveis até para os mais pobres, por serem bem baratas. São de fácil entendimento. Tanto as crianças quanto os adultos gostam. E onde você acha pra comprar.

Olha o contexto de forma sutil. Tanto que muitos de nós, naquela época, queria os gibis. Isso fez com que lançassem aqui (mas eram outros, faz parte).

Aí nós temos outros né, aqueles bonecos que a Bruxa joga no caldeirão e também a criança atira por cima do muro.

Chaves usando camisa do Chapolin, com a marca do canal 8, mostrando sobre o programa e onde passa para assistirem.

Episódio do Chapolin, do Chimpandolfo, que o herói coloca uns discos dele mesmo pra tocar.

O episódio da caixa de garrafas que tem a marca da pepsi.


O de Acapulco então? Mano... 

Lá nós temos a fachada do hotel que é grande, mostrando a porta giratória. O serviço descarregando as bagagens direto do carro. O quarto do Sr. Barriga mostrando toda aquela paisagem. A piscina mostrando a parte de mergulho e também a rasa, podendo ser para adultos e crianças. A comida mostrando ser boa, por falarem do restaurante no meio da piscina, mostra eles comendo (no Chapolin, o ator não emagrece por causa da comida boa). Nos lugares de lá mostra que você pode ir a praia, se reunir com família e amigos, ou um lugar mais sossegado para ler livro ou jogar xadrez.

E aquela música no final, Chespirito já havia feito ela,e aproveitou para divulgar.

Conclusão, o hotel tem de tudo, bom atendimento, boa comida, boa paisagem, lugares mais agitados e mais calmos, piscina, entre outras coisas. Servindo para todos os públicos.

Daquela época, até hoje, muita gente queria e quer ir para Acapulco.


PERSONAGENS

E os personagens, vamos falar deles um pouco.

Chespirito sempre deixou claro que nunca quis convencer o público de que eram crianças, mas sim que são adultos interpretando crianças. Talvez essa sinceridade tenha ajudado muito, porque aí compramos a série de uma forma diferente.

O segundo ponto são os atores, eles não eram qualquer um. Tinham bagagem, realmente vestiam o personagem e um completava o outro.

Por isso que quando o personagem saía nós sentíamos a falta, por mais que o que substituísse fosse bom, ainda sim não era a mesma coisa.

Podia até ser o mesmo personagem, mas com característica mudada, que já perdia um pouco a graça.

Tipo, quando o Seu Madruga saiu do elenco, e o Professor passou a substituí-lo. Muita regravação e/ou cena que cairiam bem no Seu Madruga não deu certo. E isso foi acertando depois que o Jaiminho passou a morar na vila. Mas ainda sim o Professor mudou muito.

O Nhonho que era o mais inteligente teve que ser burro após a saída do Kiko. E depois que a Pópis foi tomando o lugar do Kiko o Nhonho foi voltando as origens do personagem, de ser o mais inteligente.

A Dona Florinda deixando de ser quem é para ser a endividada do Sr. Barriga.

Pode até não se ligar no primeiro momento, mas essas mudanças afetam o subconsciente, já que estamos acostumados ao personagem ser "daquele jeito" e aí estranhamos.

Quer ver como os atores são bons e como cada personagem está enraizado em nós? A Dona Florinda.

Isso mesmo, é um exemplo. Não é difícil achar alguém que odeia a personagem. Ou é a personagem que é menos gostada de todos os fãs.

E isso é ótimo. Porque a atriz transpareceu tudo aquilo que era para transparecer da personagem Dona Florinda. Ela captou a essência da personagem, fez passar todos aqueles sentimentos da personagem (raiva, orgulho, etc).

E o "ódio" é pela atriz? Não. A Florinda interpreta diversos outros personagens em Chapolin (idosa, atriz, dona de casa, empregada, vilã, etc) e você não odeia nenhum.

E isso foi só um exemplo, todos os outros interpretam diversos personagens.

Nós podemos ter a idéia de que o grupo principal é tão coeso e se completam que quando um sai, desequilibra o cenário.

Quando a Chiquinha saiu, por uma ou meia temporada, Chaves e Kiko até que se mantiveram bem, temos vários episódios só eles. Só que ainda sim a ausência dela foi sentida e para suprir isso foi preciso criar um novo cenário, a escola, e com ele vieram outros personagens (Nhonho, Pópis, Godinez, Malicha, entre outros).

A Malicha então tentaram fazer dela uma nova Chiquiinha. A Louca da Escadaria uma Bruxa do 71. Seu Madroga e Jaiminho um Seu Madruga.

E nada convenceu. Então a importância do elenco em serem bons e dar vida aos tais personagens é ponto fundamental para o sucesso.


Ainda falando de personagens, nós achamos que sabemos tudo sobre eles, basicamente chamando eles de rasos, de simples. Mas não, eles possuem mistério, mesmo que pouco, mas possuem.

Ou talvez nem seja mistério, seja analisarmos mais afundo do que só o que está ali na nossa frente.

Chaves é o modelo de uma criança da época, ele apronta, briga, bate, apanha.

É o menino que foi abandonado e não tem aonde morar nem o que comer, mas nunca perde o otimismo, nem a bondade e nem a inocência.

Outra coisa Não da pra sabermos se chaves é burro mesmo. Ele já citou mais de uma vez que não consegue se concentrar porque sente muita fome. Então talvez ele seja inteligente, apenas não consegue se concentrar.

Diferentemente do Quico, que é burro mesmo. pois ele tem condições e não passa fome.

Seu Madruga é o falso malandro. Ele sempre quer dar uma de esperto mas acaba tropeçando em sua própria consciência. Acaba se auto-sabotando por tentar ajudar alguém.

É o cara que não quer trabalhar, mas está sempre trabalhando. É o cara que não estudou, mas incentiva a estudar.

Então seu madruga, "o malandro" é o que da bom exemplo, bons conselhos, o vizinho prestativo, pai solo, lutador (pois com toda suas adversidades sempre carrega um sorriso consigo).

A Bruxa do 71 está sempre de mal humor, a questão é, porque? Esse apelido se deve por ela ser mal humorada ou ela ficou mal humorada após ganhar esse apelido?

E inda falando sobre época, Chespirito, na maioria das vezes, retrata personagens marginalizados pela sociedade. O pobre, o órfão, a viúva, o "vagabundo", o idoso.

Lá não existem personagens bons ou ruins, heróis ou vilões. Apenas humanos. Que agem de acordo com dia-a-dia. Uma hora estão de bom humor, outra de mal-humor. Uma hora dão bons conselhos, boas atitudes, outra fazem desdém ou usam de violência. Enfiam, variam.

Podemos ver também que Chespirito pega esses personagens marginalizados e ainda sim eleva eles, indo de encontro com o que a sociedade exigia na época.

Por exemplo: "mulher dona de casa, cuidando de tudo e homem trabalhando fora e sustentando a casa. Além de que o homem manda a mulher obedece."

Por muito tempo esse foi o segmento padrão da sociedade. Daí Chespirito vem e faz o que? Muda algumas coisas.

Por exemplo, Seu madruga não manda em ninguém, basicamente nem sua filha o obedece. Ele apanha de qualquer mulher. E ele faz serviços domésticos como lavar roupas.

As mulheres lá são independentes, vivem sozinhas, se viram sozinhas. Além disso as mulheres é que chegam no homem, como vemos Dona Clotilde e Chiquinha.

Ou inversão de idades, por exemplo, nós vemos muitas vezes a Chiquinha sendo mais madura e calma que seu pai. Em contra-partida Seu Madruga tem atitudes infantis fazendo birra do tipo jogando seu chapéu no chão e pisando em cima, ou ficar imitando debochadamente outra pessoa.

Ou seja, são comportamentos não aceitáveis da sociedade na época. Tal para qual.