Capítulo 03: Passado vs Presente
- Eu sou Borto, o cavaleiro negro de Golfinho – Diz o inimigo em tom imponente.
Sua estatura é mediana, pele branca, cabelos longos de tom azul claro , combinando com seus olhos também azuis.
- Cavaleiros Negros? Mas isso é impossível, vocês estão selados. – Diz Serpente Marinha em tom surpreso.
- Hahaha vocês não sabem de nada. – Retruca, Borto, debochando.
- Porque está destruindo o mar? Qual o objetivo nisso? – Pergunta Geist, com tom de voz firme.
- Cale-se, mulher. – Responde Borto com a mesma firmeza. Alterando sua expressão de deboche para seriedade.
- Eu não vim aqui para perder tempo falando com vocês, vim para matá-los. No entanto faz tempo que ninguém vem nos visitar, seria falta de educação de minha parte se eu fosse um mau anfitrião. – Novamente Borto fala em tom sério e convencido.
O Cavaleiro Negro ergue seu braço direito apontando para cima, desviando por um instante a atenção dos protetores de Atena.
- No fim deste caminho há um castelo, é nele que nosso mestre se encontra. Se querem respostas basta perguntar a ele, mas para isso terão que passar por mim, é claro. – Explica Borto.
- Você acha mesmo que pode conosco sozinho? – Cabeça de Medusa indaga.
Borto apenas fica imóvel, sorrindo e encarando seus oponentes.
- Vou te matar – Diz Cabeça de Medusa.
Em uma velocidade fora do normal o Cavaleiro de Cabeça de Medusa corre poucos passos a frente de seus companheiros disparando um raio de cosmo de seu punho direito na direção ao inimigo.
Com tranquilidade, Borto da um salto para trás fazendo com que o raio apenas atinja o solo.
- CÂNTICO. – Borto grita.
O Cavaleiro Negro cruza os braços como se fosse um “X”, e de sua boca saem ondas sonoras. As ondas atingem os quatro cavaleiros paralisando-os.
- Mas o que é isso? Não consigo me mexer – Diz Cabeça de Medusa com dificuldade.
- Agora vocês são meus bichinhos adestrados, me obedecerão em tudo. – Diz Borto, novamente debochando.
- Maldito, jamais iremos obedecê-lo – Retruca, Serpente Marinha, se esforçando para se mexer.
- Ah é? Que tal isso? – Ironiza, Borto.
Cabeça de Medusa cospe sangue. A expressão de Ascano é de total surpresa afinal acabara de acertar um soco em seu amigo.
- Desgraçado – Diz Ascano, logo após voltar a realidade e entender o que ocorreu.
- Viram só? Hahaha – Borto ri, menosprezando seus inimigos.
- Hunf, então essa é sua grande técnica? Estava esperando acontecer algo mas até agora nada. – Diz Golfinho em tom sarcástico.
- O que disse seu maldito? Porque você não foi afetado? – Desta vez é Borto que indaga de forma surpresa.
- Eu sou o Cavaleiro de Bronze de Golfinho, é natural que eu seja imune a uma técnica tão baixa como esta. – O cavaleiro explica em tom de deboche.
- Então esta é a forma da armadura de golfinho antes de ser restaurada para a de agora? Confesso que já tive curiosidade em saber como era, mas a minha é muito mais bonita, não acha? – Arionte ironiza.
- Então você está confiante só porque se livrou do meu cântico? Logo vai se arrepender. – Borto retruca do mesmo modo irônico.
Com um gesto de mão Borto faz com que Cabeça de Medusa e Serpente Marinha assumam posição ofensiva contra seu companheiro liberto. Posição esta que ficam estáticos pois seu controlador atenta-se a amazona que está em pé ao lado deles não obedecendo ao comando.
- Droga Golfinho, você estragou meu plano. – Diz Geist, se mexendo.
- Como é? Você também pode se mexer? Mas você não é da constelação de Golfinho. – Borto eleva seu tom de voz com bastante surpresa.
- Sou muito mais habilidosa do que você, é natural que eu consiga quebrar sua técnica. Apenas me fingi de paralisada para ver se com essa sua boca grande nos desse mais alguma informação. Visto que meu plano não deu certo sou obrigada a matá-lo. – Diz Geist em tom firme e convicto.
O Cavaleiro Negro serra os dentes demonstrando raiva.
- Mestra, não se preocupe, eu me encarrego dele, pode ir ao castelo. – Diz Golfinho, confiante.
- Você é quem sabe. – Diz Geist após encarar seu pupilo.
Geist vira-se e lança um raio de cosmo nos seus outros dois discípulos, libertando-os, para logo depois seguirem caminho à dentro.
- Ei, esperem! – Grita Borto, correndo até eles.
- Eu sou o seu adversário. – Diz Golfinho interrompendo a perseguição do cavaleiro negro.
- Já que faz tanta questão assim de ser o primeiro a morrer, farei sua vontade. Mas não pense que você os ajudou, eles logo encontrarão a morte nas mãos dos meus companheiros hahaha – Diz, Borto de forma convencida se posicionando para investida.
O Cavaleiro Negro dispara em corrida até Golfinho e começa a golpeá-lo com socos, porém, todos inúteis.
- Não entendo – Diz Borto confuso.
- Sou um ser da água, é natural que golpes físicos escorreguem em minha armadura, essa é uma de suas propriedades. – Explica Golfinho.
- Não pode me controlar e nem me acertar, pelo jeito essa luta já está decidida, porque não se rende logo?! – Novamente Golfinho ironiza o inimigo.
Borto se afasta, esboça um leve sorriso e envolve suas mãos com cosmo e novamente parte em direção ao cavaleiro.
- O que? – Espanta-se Golfinho.
Desta vez é o protetor de Atena que acaba expelindo sangue pela boca ao levar um soco em seu abdômen.
- Tudo o que preciso fazer é envolver minhas mãos com meu cosmo semelhante à água e os golpes surtirão efeito. – Diz Borto em tom de tranquilidade.
- Entendi, bem esperto – Golfinho retruca de forma orgulhosa.
Os olhares se fintam e ambos saem correndo ao mesmo tempo em direções opostas. Quando se aproximam começam a trocação, alguns socos e chutes são esquivados, outros acertam seu alvo.
Percebendo que nesse ritmo a batalha não haverá conclusão Arionte se afasta com um salto para uma nova investida.
- Chega! Colocarei um ponto final nisso. CHUTE GIRATÓRIO DO GOLFINHO! – Grita o cavaleiro.
Golfinho salta a uma grande altura e desce de forma diagonal em uma velocidade surpreendente, rodopiando, acertando seu inimigo, jogando-o bem para trás.
O Cavaleiro Negro choca-se com o chão e devido a tamanha violência do impacto cospe sangue.
- Pronto. Devo alcançar minha mestra o mais rápido possível – Diz Golfinho em tom de satisfação, virando as costas.
- Aonde vai? - Grita Borto, ainda na mesma posição estática da queda.
- Como? – Surpreende-se Golfinho.
- Você não achou que seria simples assim né? - Novamente Borto fala com tranquilidade.
O Cavaleiro Negro se levanta, cruza os braços como se fosse um “X”, e de sua boca saem ondas sonoras.
- CÂNTICO. – Grita, Borto.
Ao que tudo indica será o mesmo golpe e portanto Golfinho se prepara para contra-atacar.
Quando percebe que o golpe não foi disparado em sua direção, mas sim na dos cristais, já é tarde demais.
- Argh! Mas como? – Arionte fica confuso.
Pela primeira vez Golfinho olha ao seu redor e percebe a gigantesca quantidade de cristais. Cristais de diversos tamanhos fincados no solo e paredes, outros até mesmo pendurados em ruínas e na vegetação.
Só agora o cavaleiro percebe o erro que cometera ao negligenciar seu entorno e envergonhado abaixa a cabeça.
- Como se sente paralisado? – Borto se vangloria.
- Aqui é minha casa. Os cristais amplificam o meu golpe, paralisando qualquer um. – Explica o Cavaleiro Negro.
- Que tal brincarmos mais um pouco? – Ironiza, Borto.
Golfinho começa a socar seu próprio rosto, depois faz posições estranhas se mexendo desengonçadamente como se estivesse dançando.
- Agora entendo o porque de você mandar seus amigos partirem, foi para não matá-los de vergonha ao te verem assim, não é mesmo? – Gargalha, Borto.
- Não precisa se preocupar, logo darei o golpe final em você. Visto sua patética situação até será um ato de misericórdia hahha – Novamente Borto gargalha.
- Vou te contar uma coisa para você ir ao outro mundo em paz. Depois que terminar com você vou atrás dos seus amigos fracotes. Assim poderão se reunir no pós morte, sou ou não sou piedoso? Hahaha – Borto continua a gargalhar.
Em um movimento de mãos, Golfinho fica estático e cai no chão com tanta potência a ponto de afundar o solo.
- Maldição, eu não posso perder aqui e de forma tão humilhante, o que a mestra pensaria de mim? – Pensa, Golfinho.
- Mal... di...to... – Fala Golfinho ao se levantar com dificuldades.
- O que? De onde vem todo esse cosmo? Não consigo mais controlá-lo – Espanta-se, Borto.
Golfinho se ergue, corrigindo sua postura, ao mesmo tempo que seu cosmo se eleva mais e mais. Em um gesto de abrir os dois braços, semelhante a uma cruz, rompe o encantamento.
- ANÉIS MALABÁRICOS – Grita, Golfinho.
Golfinho na mesma posição de cruz concentra o cosmo nas extremidades dos seus braços formando dois anéis parecidos com uma serra.
Em um movimento de braços a frente os anéis são lançados e durante a trajetória se multiplicam atacando todo o ambiente. Destruindo várias colunas, paredes, árvores e os cristais.
O cavaleiro Negro apenas observa a tudo, paralisado e surpreso.
- Mas... mas... que técnica é essa? – Borto pergunta, sem reação
- Vou lhe mostrar. – Responde, Golfinho.
- ANÉIS MALABÁRICOS – Grita, Golfinho.
Novamente anéis se formam nas extremidades de seus braços e são lançados diretamente ao seu oponente.
Em um instante o que eram dois anéis acaba virando centenas, acertando o Cavaleiro Negro em diversas direções, despedaçando sua armadura, cortando seu corpo.
- AAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH – Borto grita.
Quando o ataque cessa o único som que corta o espaço é o do corpo do Cavaleiro Negro se chocando contra o chão, inerte e ensanguentado.
Golfinho caminha até o corpo, verifica se o mesmo está de fato morto. Respira fundo. Da uma última olhada no cadáver, vira-se e segue em direção aos seus amigos, sem dizer mais nada.
Imagem ilustrativa Armadura de Golfinho Negro:
FIM DO CAPÍTULO!
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